
Volta e meia, na sala de aula, os professores fazem perguntas sobre assuntos referentes a como se deu o processo que nos levou ao curso de História. Afinal, por ser um curso de licenciatura, onde estão sendo formados futuros professores, as experiências vividas na época da estudante também são importantes. Dessa vez foi a professora de Políticas quem fez uma indagação que me botou para lembrar coisas do passado, ela perguntou mais especificamente se alguém tinha algum trauma adquirido no tempo de escola. Alguns colegas comentaram que já haviam brigado com professores, ou coisas do tipo.
Eu, não respondi nada... mas minha memória foi direto para a sétima série. Eu estudava em Campo Grande, em um colégio estadual, no período vespertino, lembro até do calor e da má iluminação da sala... tá, deixa pra lá... vou logo ao que importa, o que me marcou naquela situação.
Tinhamos recebido para ler um poema, que quase todo mundo conhece, aquele : "minha terra tem palmeiras, onde canta o sabiá...", e a proposta da atividade era que cada um elaborasse um novo poema com base no que tinhamos lido, valeria nota, 0 a 10. Eu, que já gostava de escrever, fiz um texto muito caprichado, muito mesmo!
O texto foi entregue, corrigido e devolvido. A professora me deu um excelente, e uma nota 8. Que bom né? Detalhe é que um amigo meu recebeu um bom, e uma nota 8. Não teve jeito, tive que perguntar por que a diferença. Ela me respondeu: "Seu texto está mesmo excelente, mas não foi você quem fez! Você deve ter copiado de algum lugar."
Então eu não tinha criatividade ou capacidade suficiente para fazer um bom texto?
Não lembro direito se eu tentei de alguma maneira provar que tinha sido eu mesmo quem tinha produzido o texto, até porque acho que quem tinha que provar o contrário era ela. Mas lembro que mesmo sendo criança, aquilo para mim foi como um tapa na cara, fiquei bem triste. Até porque eu nunca tinha sido um estudante ruim sempre participava de tudo e tirava notas muito boas.
Certo é que eu nunca esqueci isso. Mas, pensando bem, acho que esse episódio foi até bom para mim, apesar dos pesares. Hoje tento ser o mais autêntico e criativo o possível no que faço, qualquer coisa. É bom quando alguém reconhece você naquilo que você faz, sem precisar assinatura.
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