quarta-feira, 29 de junho de 2011

Senta que lá vem a História...

          Hoje eu perdi uma enciclopédia.
          E eu nem sabia que ia sentir tanto.
        Hoje faleceu meu tio Querino, o cara mais adorávelmente chato que eu conhecia, metade das coisas que eu sei sobre a História desse mundão, eu aprendi com ele, ou então corri atrás para não passar vergonha quando ele me sabatinava com perguntas que antigamente eu tinha certeza que ele inventava as respostas, até, depois de eu já estar cursando a Universidade de História, ele me dizer, uma por uma as dinastias do Antigo Egito, as quais eu tenho certeza que nunca vou decorar.
        Meu tio... nunca esteve em um banco de curso superior, acho que mal cursou o ensino médio, mas era capaz de me contar didaticamente, qualquer passagem histórica, e o que era melhor, com uma piada e uma gargalhada no final.
        Confesso que nossas últimas conversas eram mais um duelo de egos, o acadêmico metido a sabidão versus o mestre de obras metido a Historiador... e quem sempre vencia? Ele, as piadas dele eram muito melhores.
        Nunca vou esquecer o cursinho intensivo de férias que eu fiz com ele, enquanto ajudava a rejuntar os banheiros do Hopital São Lucas.
      Eu fui um péssimo servente de pedreiro, mas um excelente ouvinte, e tenho certeza que quando eu pegar meu diplominha, vou me lembrar da gargalhada do Tio Querino.
            28/06/2011

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