Viciado em sorriso

         

      Podem me chamar de bobo, de metido, de galanteador, do que quiserem. Cada vez mais eu percebo que sou simplesmente viciado em sorriso.

      Sempre ajudo a empurrar carro, (até porque já tive que empurrar o meu, e sei o quanto é pesado) já ajudei até a empurrar carrinho de papelão na subida, adoro fazer surpresas (tanto quanto dar sustos, mas aí quem ri sou eu!), adoro dar presente (humm... ganhar também...), gosto mesmo de fazer favores (é lógico que os possíveis, nada de milagres), eu dou esmola sim, até se for para comprar cachaça, até porque na maioria das vezes eu “cobro” alguma boa história.

     O engraçado é que sou também assumidamente preguiçoso, mas se eu souber que algo que eu faça fará alguém que eu gosto sorrir, a preguiça some. Admito isso porque na mesma proporção não gosto de fazer nada obrigado.

     Não que eu seja o bom samaritano, tipo ativista, ou aqueles carequinhas orientais que pregam o amor e devoção ao próximo, até bem longe disso, o que me interessa é saber que o alvo foi atingido, entende? Tipo ação e reação, é uma troca.

     O que me preocupa, é a dúvida se isso não é egoísmo extremado.

    Porque se eu admito que sou viciado nisso, fazendo algo para alguém, na verdade não estou somente satisfazendo minha necessidade? Meu ego? Meu vício?

     Ainda bem que se for só isso, egoísmo, vício, é um vício bem fácil de manter.

    “Smile” por favor! :)