Quem,
ao transitar por Cascavel, nunca pensou: “nossa como isso mudou!”?
Características de uma cidade dinâmica,
e em constante evolução, o que na minha humilde opinião é muito ruim, quando
analisamos a importância da preservação da memória da cidade.
Lembro-me de ter assistido, no Centro
Cultural Gilberto Mayer, uma palestra de Arquitetura, onde especialistas
debatiam sobre características das construções cascavelenses, e as definiram como as de uma cidade
moderna com edificações e urbanização diferenciadas quando comparadas ao restante
da região.
É justamente nessa modernidade que se
encontra um dos problemas de Cascavel, quando se fala de “locais de memória”.
Cascavel é uma cidade relativamente nova, quando comparada a outras do mesmo
porte, e emergiu com muita rapidez, muitas construções, que na época de maior
expansão da cidade, eram muito modernas, e hoje, naturalmente, são ultrapassados,
ou seja, precisam de revitalização ou reformas, mas não são tão antigos a ponto
de serem estimados pela importância histórica, o que faz com que esses locais
sejam simplesmente demolidos ou desfigurados. Exemplo, o prédio na esquina da
Avenida Brasil com a Pio XII, defronte a praça, se não me engano era uma das
primeiras construções em alvenaria de Cascavel, foi demolido para dar lugar a
um estacionamento, ninguém, ou pouca gente se importou.
Em resumo, há muita diferença entre o “antigo”
e o “velho”, Cascavel não tem muitas heranças antigas, até porquê não é uma
cidade centenária, e sua ânsia por modernidade, faz com que o velho tenha que
dar lugar ao novo.
Mesmo achando isso triste, considero
uma realidade inevitável, até porque, nossa casa, onde minha família esteve ao
longo de 45 anos, também foi demolida, para dar lugar a algo novo. E
inegavelmente, quando olhávamos para ela, apesar de todas as nossas lembranças,
era só uma casa velha.
É um dos maiores tabus quando se discute a modernização das cidades versus a memória intrínseca nos monumentos históricos, que tenham algo pra contar. Belo texto!
ResponderExcluirMuito bom o texto. Mas é isso mesmo, Fabiano. O tempo parece mais curto, o dinheiro parece ir embora mais rápido, nossa vida parece apenas ser trabalho. Mas continuamos nesse ritmo frenético, tudo pelo progresso, pelo sucesso, pelo melhor. Sinto que as pessoas não se importam com isso, pois tem coisas mais importantes para se preocupar. Uma casa velha, com histórias do desenvolvimento de uma cidade e repleto de memórias por aqueles que estiveram presentes nesse desenvolvimento, não conta tanto quanto gerar lucros e parar de empatar, de enfeiurar um lugar. Essa agitação pela modernidade, pelo avançado e sofisticado, em Cascavel, se não for controlado, vai acabar demolindo a própria história da cidade. E não é só por culpa do povo, porque até existe uma certa preocupação, mas por "aqueles" (que estão no poder e podem "decidir") que não tem a noção de patrimônio histórico, e não sabem a importância da memória para a construção da identidade.
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