Produzi esse artigo para a matéria de Metodologia do Ensino, quando ainda estava no terceiro ano... achei no meio dos meus arquivos e resolvi postar... ao menos um texto "sério" , embasado e referenciado em algum fodão, para dar um ar mais "blasé" a esse blog... a identidade é minha mesmo...
Esquecendo quem somos
Vida acelerada, modernidade, futuro. Nunca
o vir-a-ser chegou tão rápido.
E
nessa confusão os sujeitos se moldam de acordo com seu meio, ou será que não?
Será que mesmo com todas as informações bombardeadas, todas as ligações
instantâneas, todas as mudanças constantes, o que nos faz nós ainda é nossa
herança pessoal? Desprender-se de toda essa carga histórica/tradicional que nos
acompanha é possível?
Para Nietzsche, desprender-se do passado,
não só é possível, como é necessário, segundo ele, o que não se esquece
torna-se um fardo dispendioso demais para o indivíduo, "[...] é possível
viver quase sem lembrança, sim, e viver feliz assim [...] mas é absolutamente
impossível viver, em geral, sem esquecimento" (NIETZSCHE, 2003, p.10).
A história sem
utilidade efetiva para a vida, é supérflua, e por isso passível de abandono sem
ressentimentos.
Mas esse esquecer, naturalmente não é
direcionado as singularidades que de tão intrínsecas definem as bases do
sujeito, e, ao que parece é justamente nessas bases que as mudanças lentas e
gradativas rumo a esse mundo moderno vem se ancorando.
As respostas sobre o que é realmente
"seu", herdado, e o que é fruto da interação e transformações de
acordo com o meio, esse meio caótico,
parecem ser alheias ao sujeito, que olhando a sua volta não encontra mais seu
reflexo, ou não se reconhece nele, o que teóricos chamam de "crise de
identidade". Segundo Hall:
Estas
transformações estão também mudando nossas identidades pessoais, abalando a
ideia que temos de nós próprios como sujeitos integrados. Esta perda de um
"sentido de si" estável é chamada, algumas vezes, de deslocamento ou
descentração do sujeito. Esse duplo deslocamento - descentração dos indivíduos
tanto de seu lugar no mundo social e cultural quanto de si mesmos - constitui
uma "crise de identidade" para o indivíduo.(HALL, 2005, p. 09).
Traçando um breve paralelo entre as afirmações
de Nietzsche e Hall, quando um diz que é necessário esquecer para viver melhor,
e o outro que estamos perdendo o senso de pertencimento, resta a dúvida se na
atualidade, por necessidade, estamos esquecendo mais, e por conta disso nos
perdendo na amálgama do mundo globalizado, padronizando nossas bases, nos
encaixando aqui e ali, criando uma história comum, e portanto, mais leve, por
haver mais ombros para carrega-la. Se é que ela
será lembrada.
Referências Bibliográficas
HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade. Tradução Tomaz
Tadeu da Silva e Guacira Lopes Louro. Rio de Janeiro: DP&A, 2005.
NIETZSCHE, Friedrich. Segunda consideração intempestiva: da utilidade e
desvantagem da história para a vida. Tradução Marco Antônio Casanova. Rio de
Janeiro: Relume Dumará, 2003.
jurava que era o Zé Pequeno!!!
ResponderExcluirainda era o Dadinho... kkkk
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